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26 de Abril de 2024
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    Chega de silêncio! Caso do Deputado Jair Bolsonaro (PP)

    Tendo como guru político “os militares que foram presidentes em nosso país”, o Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu várias declarações homofóbicas e racistas, em entrevista a um programa de TV, no dia 28 de março, afirmando ter saudades da ordem pública, no período da ditadura militar.

    Adotando uma postura racista, o deputado declarou que o filho jamais se apaixonaria por uma negra, pois “foram muito bem criados” e ainda relacionou este fato com “promiscuidade”. Referindo-se a política de cotas raciais ele afirmou que “não viajaria num avião pilotado por um cotista e nem seria operado por médico cotista”.

    Quando perguntado o que faria se soubesse que um filho era gay, afirmou que “eles tiveram uma boa educação” e ainda completou dizendo que não participaria de um evento gay para “não promover maus costumes”. Uma atitude claramente homofóbica.

    Esta visão política ultradireita merece ser repudiada. O SINDJUD-PE repudia essas declarações do deputado. Na compreensão de que esta é uma luta coletiva e necessária, a diretoria do sindicato convida toda a categoria a somar forças, pois atitudes como estas não podem ser admitidas, uma vez que estimulam o preconceito e as práticas de violência contra gays, negros e vários outros setores oprimidos pela sociedade.

    Um caso recente de homofobia foi parar nas principais manchetes da mídia. No dia 23 de março, na Avenida Paulista um militante GLBT foi atacado covardemente por um grupo que tentava agredir um casal gay num posto de gasolina. Guilherme Rodrigues foi intimidado e agredido com um soco na boca, só não foi espancado por causa da solidariedade dos trabalhadores do posto, que o ajudaram impedindo a agressão e chamando a polícia.

    Guilherme participou de uma manifestação, no dia 28 de março, contra os ataques homofóbicos, em frente ao 4º Distrito Policial, local onde foi registrado o Boletim de Ocorrência. Neste ato, os ativistas também exigiram a aprovação do PLC – 122, um projeto que criminaliza a homofobia. Em carta aberta Guilherme declara que “hoje, me tornei o rosto da última agressão contra gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais na região da Paulista, em São Paulo. Mas poderia ser Maria, Edson, Yuri ou Cindy... Poderia ser nordestino, negro, travesti ou mulher. E poderia estar em qualquer esquina do Brasil”. O irônico é que este protesto ocorreu no mesmo dia em que o deputado Bolsonaro deu suas lamentáveis declarações.

    Você não viu o programa? Veja aqui!

    Uma proposta para a categoria: Vamos seguir o exemplo!

    Envie para a ouvidoria da Câmara de Deputados uma moção de repúdio ao Deputado Jair Bolsonaro. Faça como Margareth Bezerra da Silva dos Santos, Assistente Social do CICA:

    Companheir@s ,

    tenho certeza que nossa categoria vem tentando acompanhar o debate político no país, mas, como eu, enfrenta dificuldades: a despolitização das questões que passam pelo nosso Congresso Nacional. Manobra sempre renovada e orquestrada pelas mídias conservadoras, que parecem tocar o samba de uma nota só: Tiririca isso, Tiririca aquilo... Seus ensaios pretensamente críticos, mas que na verdade são uma comédia, sobre o referido deputado enfrentaram concorrência pesada: o Bolsonaro ofendeu a filha do Gilberto Gil. Assunto top trend, como dizem. Assunto de celebridade, minha gente! Infelizmente, mais uma vez despolitizaram o conteúdo, que é pungente. O discurso de escárnio daqueles que recrudescem a intolerância faz-se mais forte e é tratado com humor. Mas não, não é o Tirica que anda fazendo escola, somos nós que não conseguimos pautar a dignidade humana como o fundamento necessário para que possamos, de fato, mudar e fazer acontecer. Segue abaixo minha modestíssima contribuição:

    Mensagem enviada por mim à ouvidoria da Câmara dos Deputado em 01/04/2011s:

    Chega, deputado!

    Saudações! escrevo para manifestar o imenso pesar com que acompanho a derrocada da representação política no nosso Estado democrático. Tiriricas à parte, sinto-me compelida a expressar o espanto com que venho acompanhando os absurdos proferidos pelo Dep. federal Bolsonaro. Compreendo o princípio da imunidade parlamentar e, até certo ponto, partilho com o valor contido nesse direito. No entanto, ao exortar os pais a agredirem fisicamente seus filhos para corrigir possíveis "desvios que venham a formar um homossexual", o Sr. deputado agride mais que a cidadania brasileira: atenta contra a dignidade humana. Esclareço que estou começando uma campanha para que meus colegas, amigos e familiares também manifestem seu desacordo com os absurdos que esse representante do povo vem diuturnamente cometendo. Espero providências que resgatem a já combalidade imagem dos nossos políticos.

    Ass.: Maria Margareth Bezerra dos Santos - cidadã, assistente social e funcionária pública.

    Resposta recebida em 04/04/2011:

    Sra.MARIA MARGARETH BEZERRA DOS SANTOS

    Comunicamos o recebimento de sua mensagem, na Ouvidoria Parlamentar da Câmara dos Deputados, manifestando suas considerações sobre recente episódio provocado pelo deputado Jair Bolsonaro PP/RJ.

    Ao tomar ciência do teor da entrevista do referido parlamentar em programa televisivo, determinei o envio de todas as mensagens e manifestações recebidas neste órgão ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, para se agregarem às inúmeras representações parlamentares e de movimentos sociais e entidades civis que foram oficiadas àquele Conselho, visando apurar e exigir providências cabíveis sobre a conduta do parlamentar, que inegavelmente gerou um grande mal estar e constrangimento para a sociedade brasileira.

    Sua mensagem é fundamental para que, somada ao grande número de manifestações que estão sendo enviadas de todas as partes do País, seja apresentada ao Conselho de Ética a dimensão do clamor da sociedade brasileira.

    Agradecemos sua manifestação, lembrando que a cidadania se fortalece com iniciativas dessa natureza.

    Atenciosamente,

    Deputado Miguel Corrêa

    Ouvidor-Geral

    Companheir@s ,

    tenho plena consciência que a minha manifestação é simbólica. Há muito mais pelo que lutar e se comprometer. No entanto, considero imprescindível participarmos dos movimentos de transformação social a partir do nosso cotidiano. Apreender criticamente o que está no atual contexto de nossas vidas privadas, relacionando as singularidades de nossas existências com o desenvolvimento humano-social mais geral. Por tudo isso, convido-@s a enviarem mensagens para a Ouvidoria da Câmara dos Deputados, para que a simbologia represente a concretude dos nossos movimentos.

    Para enviar seu repúdio, basta clicar no link: http://www2.câmara.gov.br/a-câmara/ouvidoria/contato/fale-comaouvidoria

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/chega-de-silencio-caso-do-deputado-jair-bolsonaro-pp/2634820

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